segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Não vamos operar

Quando descobrimos que teríamos nosso terceiro filho, fomos bombardeados por olhares e conversinhas ao pé do ouvido de pessoas que nunca pedimos qualquer ajuda ou opnião. E o que mais ouvimos foi à frase: “Agora você vai ter que operar”.

Essas afirmações que nos faziam realmente nos deixaram perplexos. Nunca tínhamos pensado desta forma, e sempre tivemos a convicção cristã a respeito. Somos Católicos, e não queríamos ir contra aquilo que é o ensinamento da Igreja de 2000 anos, da Sagrada Escritura, que sempre viu na fertilidade um Dom de Deus.

O Planejamento familiar que a Igreja recomenda é e sempre foi: “Tenha filhos”.

O fato é que vivemos numa sociedade cada vez mais egoísta e afastada de Deus. Numa sociedade que privilegia o luxo, o conforto, o ter, em detrimento da confiança Naquele que tudo pode e para quem nada é impossível.

Buscar a Deus em primeiro lugar é também confiar a Ele os meios de subsistência. Ele que alimenta as aves do céu: que não semeiam, não colhem, nem armazenam em celeiros; contudo, nosso Pai celestial as alimentam. (Mt 6,26)

É receber com alegria e generosidade os filhos que Ele mandar sabendo que, por meio da sua Providência, nada faltará. Este sempre foi o pensamento da Igreja Católica, testemunhado por tantas passagens bíblicas. Essa também foi à promessa que fizemos no dia em que nos casamos: “Educar na fé, todos os filhos que Deus nos der”.  Portanto, ter filhos é um gesto de generosidade dos pais.

No entanto, essa mesma falta de fé e de generosidade, leva as pessoas a colocarem subterfúgios para não terem mais filhos. Não pode o rico, não pode o remediado, não pode o pobre. E ai de quem acha que pode! Desperta a fúria de pessoas a quem jamais pediu qualquer ajuda...

As objeções são conhecidas: Como dar educação? Mas e a saúde? E o crescimento populacional? Em todo caso, haja paciência para ter um monte de filhos! Deve ser um caos, uma família enorme! Não. É movimentada, divertida, variada, harmoniosa e a conversa à mesa substitui com vantagem a vida das famílias modernas que frequentemente vão buscar nas novelas a falta de conteúdo de sua própria vida familiar.

Portanto, não vamos operar, não estamos doentes para realizar nenhum tipo de operação. Não vamos romper com a promessa matrimonial, não vamos ir contra o ensinamento da Igreja. 

Enfrentaremos as dificuldades com a ajuda de Deus, confiantes em sua providência. Estamos certos que as dificuldades virão, mas as recompensas de uma família numerosa também.

Somos Católicos. Não podemos ser cristãos até certo ponto. Podemos ser chamados de loucos, mas é a loucura do evangelho que defendemos com a vida. Vida em abundância.

fontes: Montfort, padrepauloricardo.org