terça-feira, 19 de julho de 2011

Não tenhais medo!

Domingo, 22 de outubro de 1978.

Primeira saudação aos Cardeiais. Entre eles, o cardeal primaz da Polônia que se ajoelha diante do Papa orgulhoso e emocionado. Depois, o amigo muito estimado e teólogo, Cardeal Ratzinger.

Karol se apresenta ao mundo.

Não tenhais medo!

Abri, ou melhor, escancarai as portas a Cristo! Ao seu poder salvador, abri os confins dos Estados, os sistemas ecoônimicos assim como os políticos, os vastos campos de cultura, de civilização e de progresso.

Não tenhais  medo!

Quando pronunciei as palavras “Não tenhais medo” não imaginava quão longe elas levariam a mim e a Igreja inteira.

Cristo sabe o que é que está dentro do homem. Somente Ele o sabe!

Hoje em dia, muito frequentemente, o homem não sabe o que traz no interior de sua alma e do seu coração, muito frequentemente, encontra-se inseguro acerca do sentido da sua vida sobre esta terra. É invadido pela dúvida, que se transforma em desespero. Permite, pois, eu vos peço, eu vos imploro, com humildade e confiança, permiti a Cristo falar ao homem!

Essas palavras soam como a liberação de um catolicismo escondido, temeroso e enjaulado.

Somente Ele tem plavras de Vida, sim, de Vida Eterna!

É o anúncio de uma fé que é viva, verdadeira.  Não é um deus da sociologia, de uma teologia silenciosa e apática, mas o Deus forte e misericordioso das escrituras, da certeza que consola; da entrega, que dá coragem.  O Deus de Abraão, o Deus das evidências, do testemunho até o martírio.

E o novo pastor, que é jovem e forte, comunica a confiança, fidelidade e audácia, muito diferente da fisionomia tímida e frágil dos seus dos antecessores.

Então, na manhã de outubro, em Roma, Karol surpreende, de novo. Quebra o protocolo e, de improviso, desce os degraus da Basílica. Ele vai ao encontro da multidão. Então, instintivamente, ergue com as duas mãos, a Cruz Pastoral, como se restatasse um estandarte há muito esquecido, como um sinal de que é tempo de chamar o Povo de Deus para arrumar “suas tendas”, e retomar o seu caminho. 

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