quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Igreja Católica fundada por Jesus Cristo

A principal prova pela qual sabemos que a Igreja Católica de hoje é a Igreja fundada por Jesus Cristo é a continuidade da Igreja desde o tempo dos apóstolos. Esta afirmação não implica a afirmação de que a Igreja Católica de hoje se assemelhe exactamente à dos primeiros cristãos, mas que a Igreja Católica de hoje tem vindo a evoluir de forma contínua a partir da Igreja primitiva. Esta evolução tem uma coerência orgânica, como a de uma planta que cresce a partir de uma semente. 

Essa coerência e continuidade da Igreja através da história pode ser vista, em primeiro lugar, da maneira que os primeiros relatos cristãos se referem à "Igreja Católica", a palavra "católico" (katholikos), que significa ‘universal’, ‘completo’ e ‘todo’. 
Cerca do ano 107 d.C., por exemplo, Santo Inácio, que foi bispo de Antioquia, escreveu: “Onde quer que se apresente o bispo, ali também esteja a comunidade, assim como a presença de Cristo Jesus também nos assegura a presença da Igreja Católica.” (Carta aos Esmirnenses, 8). Santo Inácio, que liga a presença de Jesus Cristo com a Igreja Católica neste texto, refere-se noutra parte à Igreja de Roma como "presidindo" ao amor. 

Uma segunda marca da continuidade é a estrutura da Ordem: Santo Inácio também se refere a bispos, sacerdotes e diáconos, essencialmente com a mesma estrutura da Ordem que existe na Igreja Católica de hoje. Além disso, o cargo de Bispo de Roma, que geralmente é referido hoje como o Papa, não é uma invenção moderna, mas também pode ser rastreada até ao início da Igreja. Nas Escrituras, Pedro é apontado como tendo um papel especial de entre todos os apóstolos (cf. Mt 16,18) e as escrituras da Igreja primitiva realçam a continuidade deste serviço pelos seus sucessores. 
Em 180 d.C., Santo Ireneu relata que a Igreja de Roma tinha mantido uma sucessão permanente de bispos desde o tempo da sua fundação pelos apóstolos Pedro e Paulo e que é essencial que cada igreja local seja unida com a Igreja de Roma, tendo em conta a sua "autoridade preeminente" (Contra as Heresias, III.3). Unicamente na actualidade, no entanto, apenas a Igreja Católica continua a manter essa comunhão com o Bispo de Roma.
Em contrapartida, a grande maioria das outras comunidades cristãs de hoje, agora com muitos milhares, tendem a fragmentar-se facilmente e têm geralmente muito menos do que cinco séculos de idade. Assim, não obstante as muitas imperfeições morais e outras dos seus membros individuais, há, portanto, uma continuidade orgânica única entre a Igreja Católica de hoje e a Igreja dos primeiros cristãos. 
No século XIX, John Henry Newman desenvolveu argumentos detalhados, que identificavam a Igreja Católica Romana com a Igreja Cristã primitiva, uma conclusão que levou Newman a ser recebido na Igreja Católica. A sua Apologia Pro Vita Sua e Palestras sobre certas dificuldades sentidas pelos anglicanos podem ser úteis para aqueles que desejam explorar as questões históricas e teológicas em detalhe.



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